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The Truman Show (1998)



O filme desperta diferentes sentimentos analógicos. Inicialmente chama atenção para o fato de que podemos aceitar quase tudo em nossas vidas sem examinar com o devido cuidado.


Arrastados no cotidiano, estupidificados na escola e bombardeados com informações e distrações, encurtamos nosso horizonte de consciência e perdemos o hábito da reflexão e meditação, tornando-nos presas fáceis de grandes e pequenos manipuladores. O nome do diretor do show (Cristof) escancara o complexo de deus destes manipuladores, e sua notória preocupação em “zelar por sua privacidade” (nas palavras de um entrevistador) revela o desprezo pelos princípios morais mais básicos (Lei de Ouro: “Aquilo que não desejas para ti, também não o faças às outras pessoas.”) comum a este tipo de pessoas.


O enredo também traz a tona os novos valores e riscos que a tecnologia está impondo à humanidade. O fato de termos condições técnicas de fazer algo não nos dá tal direito, e.g. as novas técnicas genéticas não nos dão o direito de criar uma vida humana sem descendência (vide Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley).


O filme também revela a fome insaciável de material demandado pela mídia, transformando as celebridades em “conteúdo”, que tem as suas vidas e segredos devorados por uma audiência cada vez mais interiormente vazia.


The Truman Show pode entrar no rol dos filmes que abordam a Realidade Virtual, algo bastante explorado cinematograficamente no final da década de 1990, i.e. Strange Days (1995) de Katheryn Bigalow, Dark City (1998) de Alex Proyas, Pleasantville (1998) de Gary Ross, The Thirteenth Floor (1999) de Josef Rysnak, eXistenZ (1999) de David Cronenberg, e The Matrix (1999) dos irmãos Wachowski. Antes destas produções também tivemos They Live! (1988) de John Carpenter, Total Recall (1990) de Paul Verhoeeven, e Lawnmower Man (1992) de Brett Leonar.



Filme Nota 4 (escala de 1 a 5)

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