Saul Alinsky (1909-1972) é pouco conhecido pois assim ele o quis. Para ele a melhor forma de destruir o sistema é desde dentro de uma forma discreta e silenciosa – discípulo de Antonio Gramsci.
Durante dois anos "estudou" com o número um de Al Capone (Frank "The Enforcer" Nitti a quem chamava de "professor"). Alinsky entendia a máfia como um aliado no objetivo de desestabilizar o sistema que ele odiava. A ascendência do esquerdismo radical ao poder sempre é acompanhada de um aumento da criminalidade.
Atraiu os dissidentes e desiludidos com Stalin junto com todos os demais antissistema como feministas, homossexuais e criminosos.
Fundou 44 ONGs, sempre regadas com dinheiro público (recursos do sistema para destruir o sistema).
Em 1971, um anos antes de sua morte, publicou Rules for Radicals como um guia para a militância na busca da tomada do poder. Antes tinha escrito Reveille for Radicals em 1946 (reeditado em 1969).
As três premissas básicas de Alinsky:
Falsidade: nunca conte seus objetivos finais ao seu público, pois perderá o seu apoio. As pessoas tem medo de grandes mudanças. Recriminava seus colegas que abertamente pregavam por uma sociedade como a soviética nos EUA. Nunca fale de governo comunista mas de governo igualitário, não falar de aumento de imposto mas de justiça social, não falar de censura mas de democratização dos meios de comunicação. Conte somente o necessário e com as palavras que façam o público-alvo te apoiar e ajudar. Adorne suas ações e propostas de tons morais.
Niilismo político: todos os meios para a tomada de poder são lícitos e antecipadamente justificados. Tudo vale desde que avance a revolução. Boas ações, atos moralmente corretos visando o melhor é uma armadilha dos detentores do poder para manter sua posição. O fim justifica todos os meios. A ética de meios e fins é considerada uma invenção dos poderosos para manter o poder.
Destruição do inimigo: Lenin era um dos grandes heróis de Alinsky – no debate político um argumento não visa derrotar seu inimigo mas extirpá-lo da face da terra.
Dedica seu livro ao demônio. Enaltece Lúcifer como o primeiro revolucionário, cujo sucesso resultou na conquista do seu próprio reino. Alinsky aqui revela inconscientemente o espírito totalitário de revolucionário. A única coisa que podemos encontrar no fim do socialismo/comunismo é o Inferno. Como as pessoas que foram treinadas para destruir, mentir, roubar passarão a se comportar depois da tomada do poder? Alinsky parece dizer aos seus seguidores para se rebelarem contra o sistema que depois eles serão como deuses. Assim também disse a serpente para Adão e Eva.
Como um deus aspiram a onipotência, onipresença e onisciência. O estado totalitário deseja conquistar este poder. Como o desejo de criação de um novo mundo e de um novo homem. Esta também é uma batalha espiritual (na Revolução Francesa os jacobinos entram na Notre Dame e colocam uma mulher nua no altar para ser adorada como a deusa da razão). Não é coincidência que a maioria dos conservadores acredite em Deus.
Pragmatismo político voltado para a destruição do sistema e tomada do poder. Depois disto
é que se vai discutir o que fazer realmente.
O livro foi feito para ensinar os radicais a tomar o poder. Somente uma massa organizada será capaz de criar a desilusão e desesperança nas pessoas ao ponto de fazê-las desejar uma mudança radical na sociedade. Ensina a aceitar o mundo como ele é (corrupto, violento e mau) e daí mudá-lo para aquilo que você deseja que ele seja. Olhar como o mundo é e depois mudá-lo, e assim adequar sua ideia para a venda ao público. Vender uma imagem poética e vaga daquilo que você quer fazer e fazer aquilo que você realmente quer fazer depois de tomar o poder.
A classe-média sempre foi um problema para os revolucionários. Eles são refratários à mudança em virtude daquilo que já conquistaram (eles entendem que o jogo econômico não é de soma zero). Daí o desdém aos "pequenos burgueses", daí o ódio de Marilena Chauí (A Xeroxona) à "classe-média".
Alinsky disse que se Maquiavel escreveu seu livro para aqueles que detinham o poder o manter, ele escreveu o seu para aqueles que querem conquistá-lo.
Radicais apresentam uma grande satisfação na destruição do sistema. Eles não têm remorso dos seus crimes. Ao contrário, eles têm satisfação, pois atacaram o sistema. Para eles não lutar pela utopia é o crime.
Para Alinsky mudança vem do poder e o poder da organização. Poder é razão de ser da organização. Esperar não leva a nada, é preciso se organizar e agir.
As ONGs se aproveitam das falhas da democracia para agir revolucionariamente financiado pelo sistema, contra o sistema.
O interesse próprio é o motivador das gangues (Alinsky aprendeu isso com a máfia). Os radicais devem explorar o interesse dos militantes, prometendo-lhes aquilo que desejam.
Alinsky dizia que "o problema nunca é o problema, é sempre a revolução". Criando problemas ou apropriando-se de problemas para avançar a agenda comunista.
Táticas para o poder:
Poder não é apenas o que você tem, mas também o que seu inimigo pensa que você tem. Na prática uma técnica de blefe.
Nunca vá além da experiência da sua comunidade, pois não gera identificação com o público-alvo (de outra comunidade).
Sempre que possível fuja da área de experiência do seu inimigo. Não debata sobre o que ele domina.
Faça o seu inimigo sucumbir pelo seu próprio livro de regras. Busque as suas inconsistências.
O ridículo é a arma mais poderosa contra o seu inimigo. Ridicularize-os. Crie o medo do ridículo nos seus inimigos.
Uma boa tática é aquela que o seu pessoal desfruta. Eles devem se divertir aplicando a tática.
Uma estratégia que se arrasta por muito tempo torna-se um obstáculo. Tenha sempre um novo problema na manga.
Mantenha a pressão com diferentes táticas.
A ameaça é geralmente mais aterrorizante que a coisa em si.
A maior premissa para a tática é manter constantemente a pressão sobre o inimigo.
O efeito excessivo sobre o oponente pode voltar contra você. Calibre sua destruição do inimigo.
O preço de um ataque bem sucedido é uma alternativa construtiva.
Escolhe o alvo, congele-o, personalize-o e polarize-o. Defina e personalize o alvo para destruí-lo.
Enfim, crie todo tipo de problema, destrua tudo, cause sofrimento ao ponto das pessoas querem mudança. Crie o caos para vender a "solução".