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Paul Verhoeven (1938- )

It is strange, but of course, Americans get more upset about nudity than ultra-violence. I am constantly amazed about that. – Paul Verhoeven defendendo-se de sua mórbida obsessão por genitálias


O diretor holandês já demonstrava uma imaginação sinistra e um doentio apetite por sexo e violência em sua terra natal, com filmes caracterizados estilisticamente pelo uso de foco profundo, iconografia cristã, mise en scène sensual, e representações gráficas de violência e sexualidade – alcançando a fama de principal diretor de seu país (o que é um demérito para o cinema holandês).


Foi nos EUA, onde chegou quase aos 50 anos de idade, que ele realizou seus trabalhos mais entretidos, principalmente na linha sci-fi thriller, agregando a sua fórmula a sátira aos costumes (principalmente ao comercialismo).


Seus filmes apresentam temática e visual exagerados, e as personagens são esquemáticas. A maior parte de sua obra é desprezível, mas seus primeiros filmes em Hollywood são diversão garantida.


Segue os que ele produziu de positivo em sua carreira:


RoboCop (1987): Numa Detroit distópica e dominada pelo crime, um policial ferido em estado terminal retorna à força como um poderoso ciborgue assombrado por seu subconsciente. Entretido sci-fi recheado de sátiras sociopolíticas caricatas e divertidas (apesar de forçada em algumas instâncias), ordenando a tecnologia como serva do homem. Um impressionante início do diretor no cinema americano.


Total Recall (1990): Homem tem memórias virtuais das férias do planeta Marte implantadas em sua mente, mas algo dá errado e começa uma série inesperada de eventos que o obriga a realmente ir ao planeta. O enredo é vagamente baseado no conto We Can Remember It for You Wholesale (1966) de Philip K. Dick. Entretido sci-fi thriller com muita ação e reviravoltas – maior sucesso comercial de Verhoeven.


Basic Instinct (1992): Detetive policial investiga um assassinato brutal envolvendo uma romancista manipuladora e sedutora. Thriller erótico, com acenos a Hitchcock, bem produzido e atuado que diverte. Mas o mais curioso sobre o filme é as reações que provocou. Durante a produção em São Francisco (que já era a meca da sodomia) havia piquetes nas tomadas externas em protesto do que acreditavam seria um filme denegrindo os homossexuais, porém o filme foi aprovado pela “comunidade” quando chegou às telas. Basic Instincts também recebeu calorosa recepção das feministas por mostrar mulheres “poderosas”. O fato da exposição de três mulheres psicopatas e assassinas ser aceito positivamente por lesbianas e feministas como retrato de sua ideologia apenas demonstra a gravidade da patologia destes grupos.


Starship Troopers (1997): Num futuro distante (ano 2197), a Terra está em guerra com uma raça de insetos alienígenas gigantes. Extravagante ação e romance em mais um sci-fi satírico. O mundo apresentado sucumbiu a ONU (uma federação de nações) e o cidadão (fiel e devoto à Federação) vale mais que o indivíduo (pejorativamente denominado civil). Chauvinista, premonitório e aterrador.

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