Personagens Principais K. – agrimensor que chega para trabalhar em Wossek contratado pelo conde local Frieda – garçonete da hospedaria e amante de Klamm, depois noiva de K. Artur/Jeremias – ajudantes enviados, que K. tratava “como sendo um único homem”
Personagens Secundárias Hans e Gardena – donos do albergue onde K. se hospeda Barnabás – mensageiro do castelo Olga e Amália – irmãs de Barnabás Klamm – oficial do castelo Mizzi – mulher do prefeito Momus – secretário de Klamm
Interpretação O agrimensor K. passa todo o tempo tentando alcançar o Conde do castelo que o contratou (castelo simbolicamente colocado no topo de uma montanha , no alto, nos céus) para que lhe diga o que ele é e ser aceito aqui em baixo (Deus o colocou aqui e ele não sabe o porquê). Ele busca reconhecimento, mas antes ele tem que conhecer a si mesmo. O Conde tenta ajudá-lo (manda ajudantes que são reflexos dele mesmo para despertar sua consciência) mas, soberbo, ele não entende nada. K. é irresponsável com a própria existência. Ele desconhece ou não aceita sua condição ontológica. K. não reconhece sua condição de criatura, falta-lhe a autoconfissão.
Os funcionários do Castelo simbolizam os aspectos demoníacos que dificultam a ascensão espiritual. Quase todos os habitantes da aldeia (representando a humanidade) são dominados pelos aspectos demoníacos. As exceções são as irmãs Amália e Olga e a mãe de Hans. Frieda representa aquele que se vende ao diabo para obter benefícios no mundo material.
Kafka apresenta um mundo terrorífico, típico da experiência gnóstica. Talvez se tivesse terminado de escrever o romance poderia ter demonstrado que a chave para a salvação está sob nossa responsabilidade.
Notas
Franz Kafka (1883-1924) é originário de Praga, então capital da Boêmia e parte do Império Austro-Húngaro. Sua família é judia.
Kafka escreveu sua obra em alemão.
Não é fácil ler Kafka, tudo nele é ambíguo, nada parece ser o que é. É preciso ter isso em mente buscar entendê-lo.
As principais obras de Kafka são: O Processo (1925), A Metamorfose (1915) e O Castelo (1926). A leitura destes três livros na sequência acima parece representar a obra de Kafka e pode ser a chave para sua interpretação.
O Castelo é uma obra inacabada, interrompida no meio de uma sentença.
Toda a ação da narrativa acontece em quatro dias, mas de acordo com as anotações do próprio Kafka, em seguida K. ficaria lá por muitos anos e no leito de morte recebe um aviso das autoridades dizendo que sua permanência na aldeia estava autorizada mas que ele não poderia reivindicá-la.
A família de Kafka é originária de aldeia Wossek.
Os nomes têm significados especiais: Westwest remete ao ocidente, Schwarzer significa mais negro, Klamm é tranca, Olga é sagrado, Amália significa do senhor, Sordini é diminutivo de surdo, Momus é divindade latina do sarcasmo, Erlanger é obter, etc.