Personagens Principais Akáki Akákievitch – copista em uma repartição pública
Personagens Secundárias Pietróvitch – alfaiate que fez o capote Figurão – a quem Akáki apela na tentativa de recuperar o capote
Interpretação Gógol vê o mundo como uma existência absurda, com os homens perseguindo uma miragem e olvidando o que realmente importa. Que vida patética é dar tamanha relevância a um capote. Empregos, posições e bens materiais assumem importância desmesurada e terminamos como fantasmas perseguindo miragens.
Muitos veem neste conto uma denúncia social, onde os fracos viriam assombrar os poderosos por seus supostos abusos. Mas pensar assim é limitar-se a ver o mundo pelo estreito e míope óculos materialista da luta de classes.
Gógol está introduzindo na literatura russa a figura do humilhado-ofendido (ressentido social) que será a massa de manobra revolucionária nas mãos dos ideólogos. A mente revolucionária invariavelmente abriga um ressentido social que busca na revolução uma desforra da vida.
Notas
Nikolai Gógol (1809-1852) nasceu na Ucrânia, numa região onde se falava russo e ucraniano.
Nabokov considerava Gógol mais poeta que filósofo. Dizia para não procurar sentido em sua obra mas sim deleitar-se com a beleza de sua forma.
O Capote foi publicado em 1842. Esta obra é considerada, junto com Almas Mortas, a fundação do realismo russo no século XIX. Outros contos destacados são: Diário de Um Louco, O Nariz, Avenida Niévski e O Retrato.
O nome da personagem principal significa: “titica no sapato”.