Personagens Principais Electra – filha de Clitemnestra e Agamêmnon Orestes – irmão de Electra Clitemnestra – mãe de Electra, Orestes e Crisôtemis, viúva de Agamêmnon Egisto – primo de Agamêmnon e amante de Clitemnestra
Personagens Secundárias Crisôtemis – irmã de Electra e Orestes (aparentemente inventado por Sófocles) Preceptor – antigo criado de Agamêmnon Pílades – mudo, amigo inseparável de Orestes
Interpretação Tântalo (pai de Pélops – servido por Tântalo como comida aos deuses) rouba o néctar (espiritualização – verdade) e ambrósia (sublimação – amor) dos deuses para dar mais substância aos homens, e por tal falta sua família será amaldiçoada. Pélops é pai de Atreu e Tiestes, e avô de Agamêmnon e Egisto. Electra e Orestes carregam o carma familiar.
A narrativa expõe toda a gama de sentimentos por que passa Electra, ao enfrentar diferentes incidentes, até chegar ao auge do desespero. Com o retorno de Orestes a morte de Agamêmnon é vingada. A Electra de Sófocles é uma recalcada mulher de meia-idade (muito velha para casar e ter filhos) cuja vida é voltada para a vingança do assassinato do pai Agamêmnon (“Fere mais, Orestes! Fere!”).
O valor simbólico desta peça só pode ser apreciado com o julgamento de Orestes conforme chegou até nós através de Ésquilo na peça As Eumênides.
Notas
Sofócles (496-406 a.C.) nasceu em Colono (vila próxima a Atenas, onde morreu).
Escreveu 123 peças das quais apenas sete no chegaram completas: Édipo Rei, Édipo em Colono, Antígona, Electra, Filoctetes, Ájax e As Traquínias.
Quando se trata da força educativa da tragédia grega, Ésquilo e Sófocles têm que ser analisados em conjunto. Sófocles é inferior a Ésquilo no vigor da mensagem religiosa, mas é melhor poeta, grande criador de personagens inspirados pelo ideal da conduta humana. Sófocles foca sua atenção no indivíduo, vê o homem eterno, corajoso e sereno perante a dor e a morte, tendo na escolha da vida honrada sua única saída - o ideal da conduta humana.
Com exceção de As Traquínias, a demais peças de Sófocles levam o nome do protagonista que encara uma crise cujo desastre só pode ser evitado caso ele traia seus ideais. Apesar das tentativas de persuasão em contrário, o protagonista não cede e sofre por isso. Os protagonistas nestas seis peças são personagens profundas, ao mesmo tempo desagradando e causando admiração na audiência.
O monumento perene do espírito ático na sua maturidade é constituído pela tragédia de Sófocles e a escultura de Fídias - representam a arte do tempo de Péricles.
Electra foi apresentada pela primeira vez por volta de 413 a.C.. A mesma história foi desenvolvida por Ésquilo na Coéforas e Eurípides em Electra.
Nesta peça temos a única mensagem falsa (mentira sobre a morte de Orestes) apresentada por um mensageiro.
A urna com as supostas cinzas de Orestes é exemplo do famoso uso de objetos em cena apresentado por Sófocles em suas peças.
Orestes, perguntado por Electra como fora o assassinado de Clitemnestra. “Tudo marcha bem se estão corretas as divinas profecias” – profecias de Apolo. Indica sanção divina para aquela vingança. Porém Orestes perguntou como deveria vigar a morte do pai e não se deveria vinga-la.
Nesta Electra a peça termina antes da morte de Egisto e não há menção as Erínias (Alecto, Tisífone e Megera).