“Um povo que desconhece seu passado está condenado a repeti-lo”. – George Santayana (1863-1952)
“Historia magistra vitae – A história é a mestra da vida”. – Cicero (106-43 a.C.)
"That men do not learn very much from the lessons of history is the most important of all the lessons of history."
– Aldous Huxley (1894-1963)
O Brasil do início dos anos 60, não diferente de hoje, era um país repleto de problemas e oportunidades de incrementar o nível de autoconsciência, liberdade, segurança e prosperidade de seu povo. Como sempre, os obstáculos para melhoria advinham das naturais tensões humanas individuais e coletivas, e, por isso mesmo, a perfeição nunca será atingida no devir, nem mesmo algo próximo a ela. O melhor que podemos fazer é aprender com nossos erros e acertos, olhar o mundo e emular as melhores experiências.
Em 1964 a nação estava no átimo de adotar o pior dos caminhos: as propostas marxistas que sempre trouxeram miséria onde efetuadas. Mas a sociedade reagiu, contragolpeou os seus algozes, salvando ao menos duas gerações do suplício socialista-comunista.
Os sinais do eminente golpe comunista eram muitos, destacando-se a presença política atuante da União Soviética em nosso território através do seus lacaios do PCB, cujo líder, Luís Carlos Prestes, já havia declarado que, no caso de um conflito armado entre o Brasil e a União Soviética, seus comandados “lutariam ao lado dos soviéticos”. Em 1964 Prestes informava seus chefes soviéticos, e jactava em público, que já estavam em várias posições de poder no governo Goulart. Os sindicatos e a UNE, aparelhados pelos comunistas, criavam um clima de agitação e violência.
O imperialismo soviético também agia na penumbra através da KGB, da StB checa e de Cuba visando amparar a tomada de poder pelo PCB com uma guerra civil. Seguem apenas três fatos sobre o tema:
(a) A alfândega brasileira, pensando tratar-se de contrabando de eletrodomésticos, depara-se com toneladas de armas, literatura subversiva, manuais de treinamento militar, bandeiras de Cuba e fotos de Fidel Castro dirigidos às Ligas Camponesas comandadas por Francisco Julião que já declarara que a reforça agrária, se necessário, sairia “na marra”.
(b) Em 27 de novembro de 1962 o voo Varig 810 cai no Peru matando os 97 ocupantes. Na bagagem recuperada foram encontrados documentos numa mala diplomática cubana implicando as Ligas Camponesas e o Instituto de Colaboração Cultural Cuba-Brasil no treinamento de grupos armados em Cuba e no Brasil. Fidel Castro então financiava o Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), que planejava a montagem de um dispositivo militar espalhado por oito áreas de treinamento compradas em sete estados brasileiros. Goulart, em flagrante traição ao país, recebe todos os documentos e os devolve para Fidel Castro sem tomar nenhuma outra medida.
(c) Os arquivos da KGB e StB revelam que seus agentes atuavam há anos no país em diferentes ações, com foco maior em usurpação de dados, desinformação e suporte logístico e material de ações subversivas como as acima mencionadas. Para isso também contava com uma rede de colaboradores locais remunerados (ver O Brasil nos Arquivos da KGB e O Brasil nos Arquivos do StB).
Mesmo depois do fracasso da Intentona Comunista de 1935, o PCB, sob ordens dos soviéticos, seguia infiltrando-se nas Forças Armadas e provocando revoltas como a rebelião armada do sindicato dos sargentos em Brasília (1963), e a revolta dos marinheiros no Rio de Janeiro (1964). Em ambos os casos Goulart anistia os revoltosos, afrontando o comando militar e solapando a hierarquia dentro das Forças Armadas – no caso do Rio, os revoltosos, depois de anistiados, desfilaram em desafio às autoridades da Marinha.
Por seu lado, no final de 1963, Brizola conclamava pelo rádio a formação de células de militantes por todo o país a serem acionadas e comandadas por ele (Grupo dos Onze – G11). Seria sua vanguarda revolucionária, seu exército particular. As delirantes instruções escritas passadas aos G11 versavam sobre a aquisição de armas (incluído coquetéis molotov), definição de alvos a serem atacados num futuro dia da insurreição e comando para fuzilar reféns.
Complementado o quadro crítico, Goulart forçava através de decretos a implementação de uma agenda comunista, denominada ‘reformas de base’ (e.g. desapropriação e encampação de refinarias e propriedades rurais), e fazia discursos inflamados, culminando no grande comício orquestrado pelo ilegal PCB na Central do Brasil (13/03/1964) e na reunião da Associação dos Sargentos da Polícia Militar do Rio de Janeiro no Automóvel Clube do Brasil onde ameaçou seus adversários políticos com as devidas “represálias do povo” (30/03/1964). Tamanha audácia do presidente golpista também advinha do suporte de alguns militares que lhe juravam fidelidade em suas intenções de dissolver o Congresso para aplicar suas medidas, felizmente eles eram muito menos do que ele acreditava.
Preocupada com o quadro acima, a sociedade organizava em São Paulo, Rio de Janeiro, Santos e outras cidades as maiores manifestações populares até então vista no país, clamando contra o avanço comunista e invocando a interferência das Forças Armadas.
O Contragolpe vem no dia 31/03/1964 e nos dias seguintes o povo celebrava nas ruas.
Como todo agrupamento humano, as Forças Armadas agregam diferentes tendências e visões de mundo. Três grupos se destacavam naqueles dias: (a) a corrente originada em 1922 (tenentismo), que pretendia fazer algo para eliminar o quadro de subdesenvolvimento e a mentalidade política que tanto prejuízo trazia ao país; (b) outro grupo que não achava necessária a intervenção das Forças Armadas, mas às vésperas do movimento aderiu ao mesmo; e (c) um terceiro grupo, menor, que apoiava a escalada marxista (grupo denominado Antimil).
Depois do contragolpe, este último grupo foi praticamente extinto: seus integrantes foram afastados, cassados ou demitidos e outros passaram para a reserva. Deste modo, permaneceram dois grupos dentro do sistema revolucionário militar: o grupo que defendia a transformação do movimento numa revolução, isto é, que queria aproveitar a intervenção militar de grande porte – afastamento do presidente da república – para conquistar os objetivos, de muitos anos antes, de transformar as estruturas política e administrativa do país, saneá-lo moralmente, afastar os políticos corruptos e criar novos quadros, redimir a economia abalada, resolver os problemas das desigualdades sociais e afastar definitivamente do cenário nacional a subversão, que era bem forte. Para tal, a revolução deveria demorar tempo maior no poder. O maior expoente desse grupo era o marechal Costa e Silva.
Já o outro grupo, a outra corrente de pensamento, defendia a opinião de que a intervenção militar deveria apenas neutralizar aquela escalada comunista, afastando os homens do Governo ligados diretamente à subversão marxista e, logo que possível, dever-se-ia restabelecer o sistema político vigente antes do movimento. Essa corrente, de centro-esquerda ligada ao marechal Castello Branco, não queria o prosseguimento da revolução por muito tempo.
Essa divergência resolveu-se com a ascensão à presidência da república do marechal Costa e Silva. Durante seu governo predominou a linha revolucionária, ou seja, aquela que queria transformar o movimento de 31 de Março em uma revolução, entendendo-se que uma revolução vem para mudar as estruturas existentes, para estabelecer uma nova ordem e não somente para restabelecer a antiga, como queria a outra corrente.
Os governos de Costa e Silva e Médici, entre 1969 e 1974, conseguiram significativos avanços econômicos – maior prosperidade ao povo – com ações já iniciadas com Castello Branco, enquanto derrotavam os terroristas com um mínimo derramamento de sangue. Porém falharam na higienização da classe política e, principalmente, na formação de novas lideranças. E pior, a prolongada continuação no poder começou a corromper moralmente elementos posicionados no Executivo, principalmente os da corrente de centro-esquerda (já eticamente débeis por natureza ideológica).
A partir 1974, com Ernesto Geisel, João Figueiredo e Golbery do Couto e Silva, a corrente de centro-esquerda já apegada as benesses do poder, assume as rédeas da nação; e até a abertura em 1985, os avanços conquistados nos dez anos anteriores serão gradativamente dilapidados. Destacam-se entre os crimes praticados por esta trinca e seus acólitos (a) a entrega do sistema educacional (principalmente as universidades) nas mãos dos comunistas, (b) a aceleração da estatização da economia, (c) a explosão do endividamento público e alta inflacionária, (d) o início da leniência jurídica (e.g. Pacote de Abril de 1977 e Lei nº 7.209 de 11/07/1984), (e) ataque à instituição da família (promulgação da Lei do Divórcio - Lei nº 6.515 de 26/12/1977), (f) a sistemática perseguição contra os efetivos sistemas de repressão ao terrorismo (OBAN e DOI-CODI), (g) a ausência de reação contra a campanha de desinformação e difamação do regime militar (deixando a esquerda reescrever a história), e (h) uma indiscriminada anistia que incluía terroristas assassinos e notórios lacaios de países estrangeiros – Luís Carlos Prestes não teria feito melhor.
Depois de 1985, o Brasil gradualmente descambaria para o caos com as insanidades econômicas de Sarney, a pavorosa Constituição de 1988, a sanha fiscalista de Fernando Henrique Cardoso (trocou inflação por impostos em vez de reduzir os gastos públicos) e a completa ruína moral e institucional operada nos governos do PT.
Segue, em ordem cronológica de publicação, uma bibliografia básica sobre o tema de autoria de militares, terroristas e historiadores de diferentes matizes – leitura de diferentes vertentes para produção de uma dialética em busca da verdade:
O Mundo da Paz (1952) – Jorge Amado (1912-2001): Seduzido pelas benesses que o comunismo oferecia a seus intelectuais colaboradores, Jorge Amado escrevia aquilo que o partido indicava. Aqui narra sua viagem à Rússia e alguns de seus países satélites em 1948-49 descrevendo-os como o paraíso terrestre. O nível da perfídia pode ser aquilatado comparando-ocom a obra de Loureiro abaixo. Malandro, Amado desliga-se do PCB em 1956 fingindo decepção com o partido depois das revelações de Nikita Khrushchov contra Stalin.(ver também Engenheiros de Almas: o stalinismo na literatura de Jorge Amado e Graciliano Ramos de Janer Cristaldo)
A Sombra do Kremlin (1954) – Orlando Loureiro (1919-2004): Jornalista que também perfez o show turístico oferecido pelos soviéticos (1952-53) que comprou a alma de Jorge Amado, mas preferiu relatar a realidade do sistema totalitário e podre que presenciou. Coincidentemente Jorge Amado, a quem definiu como “ruidoso camelô do marxismo”, revisitava a Rússia na mesma delegação que Loureiro, e era recebido como todas as pompas pelos soviéticos (“Vanity… Definitely, my favourite sin”, said the Devil).
O Retrato (1960) – Osvaldo Peralva (1918-1992): já comentados em O Brasil nos Arquivos da KGB.
UNE: Instrumento de Subversão (1963) – Sonia Seganfreddo (1937-?): Demonstra como já no final dos anos 50 os estudantes eram aliciados à esquerda na universidade, afirmando que a UNE (clandestinamente subordinada ao PCB desde 1949) “tornou-se uma das maiores células do comunismo internacional instalada em nosso território”. Antecipadamente esclarece a origem das violentas balbúrdias estudantis que explodiriam após o Contragolpe de 1964, bem como contribui no entendimento da maioria dos terroristas serem jovens emanados das universidades. Apesar deste contundente alerta dado em 1963, a exploração política da UNE apenas aumentou e a entidade segue até hoje violentando o povo brasileiro
Os Carbonários (1980) – Alfredo Hélio Sirkis (1950-2020): Terrorista urbano narra suas experiências na luta armada para subordinar o Brasil à URSS nos chamados anos de chumbo. Relevante pela confissão contida no prefácio da 14a edição, onde reconhece a natureza panfletária de tudo que a esquerda escreve sobre o tema: “Mas a história, ela própria, acontece duas vezes. Uma no instantâneo eclodir dos fatos. Outra nas obras literárias, históricas, biográficas, memorialísticas e, hoje, no audiovisual, na TV, no cinema, em CD-ROM. Se na primeira perdemos fragorosamente, na segunda não nos saímos de todo mal.”
Nos anos 80 Sirkis volta a atacar o povo brasileiro prejudicando seu desenvolvimento e sustento através da militância ecológica, e assim seguiu até sua morte.
Imagens da Revolução (1984) – Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá: Reúne vários documentos e manifestos das organizações e partidos terroristas que se desmembraram do PCB (1961 a 1971) após o rompimento com o stalinismo no XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética (1956). Documenta a falta de contato com a realidade, ignorância histórica, insensibilidade política e complexo de messias dos membros daquelas facções terroristas.
Brasil: Nuca Mais (1986) – orquestrado por Paulo Evaristo Arns (1921-2016): Panfleto construído apenas com relatos dos terroristas, doutrinados para sempre mentir sobre o tema (ver depoimento de Mírian Macedo em O Brasil nos Arquivos do StB), mas também temerosos de serem mortos pelos companheiros como traidores, sequiosos em dourar suas biografias, e, posteriormente, desejosos de receber indenizações às custas do povo brasileiro. Arns desviou recursos de sua diocese na preparação deste livro – opção do Cardeal Vermelho pelo comunismo em detrimento dos pobres. Também desviava dinheiro da diocese para financiar garotos de programa apanhados no Parque Trianon diante do Colégio Dante Alighieri (chegou a ser preso no ato, mas, infelizmente, liberado por pressões políticas).
O livro serviu de base para o assalto ao erário na infame Comissão da Anistia criada por FHC, e fomentada por Lula, que já sangrou o povo brasileiro em mais de R$ 12 bilhões (até 2021), e segue expropriando o povo em mais de R$ 1 bilhão ao ano (R$ 1,19 bilhão orçado para 2022) – daí a indignação de Millôr Fernandes (1923-2012) diante deste descalabro ao qual recusou aderir: “Quer dizer que aquilo não era ideologia, era investimento?”
Combate nas Trevas: A Esquerda Brasileira (1987) – Jacob Gorender (1923-2013): Intelectual marxista, diretor da PCB e, depois, fundador do PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário). Ressentido com a derrota, tenta edulcorar o movimento terrorista e contribuir para reescrever a história em benefício de sua ideologia. Interessante quanto as narrativas das pretensiosas e inócuas discussões ideológicas travadas no seio dos partidos e diferentes grupelhos comunistas, denotando total afastamento da realidade da nação e reais anseios do povo – dá ênfase ao erro dos terroristas em adotarem a estapafúrdia teoria do ‘foquismo’ (não enxergavam diferenças entre Cuba e o Brasil, nem nunca entenderam o que, de fato, ocorreu na ilha – ver também A Revolução Cubana de Vânia Bambirra).
Orvil: As Tentativas de Tomada do Poder (1987) – Centro de Inteligência do Exército: Encomendada pelo general Leônidas Pires Gonçalves, então ministro do Exército, e organizado pelo (então ainda) coronel Agnaldo Del Nero Augusto, chefe da Seção de Informação do CIE, em resposta ao Brasil: Nunca Mais organizada por Arns. Concluída em 1987, a obra teve sua divulgação proibida pelo presidente Sarney, sendo publicada apenas em 2012 pela editora Schoba em pequena tiragem logo esgotada (e nunca reimpressa) – antes Del Nero Augusto publicara em 2001 A Grande Mentira usando largos trechos do Orvil, lançado pela editora do Exército (Bibliex) e lido quase que apenas por militares.
Em quase mil páginas Orvil narra as sucessivas tentativas comunistas de tomada do poder marcadas por: (a) Intentona Comunista de 1935, (b) o golpe orquestrado sob a presidência de Goulart entre 1961-64, (c) organização e ataque de um enxame de grupos terroristas incitados e financiados por URSS (via Checoslováquia e outros satélites), Cuba, China, Argélia e Albânia entre 1964-1974, e (d) a atual fase de revolução cultural de cunho gramsciano iniciada em paralelo à luta armada e subsidiada pela gestão da trinca Geisel, Golbery e Figueiredo.
É o melhor documento sobre as atividades terroristas impetradas pelos comunistas no Brasil ao longo da história e, por isso mesmo, violentamente atacado e difamado pela intelligentsia tupiniquim – leitura obrigatória para fazer algum juízo sobre o tema.
O Pilão da Madrugada (1989) – Neiva Moreira (1917-2012): Jornalista, político maranhense e militante comunista. Depoimento autobiográfico egocêntrico, saciado de mentiras e autoelogios que revelam a pequenez moral e espiritual daqueles que queriam impor à força uma visão de mundo que os deixasse em posição privilegiada de poder. José Sarney, primeiro presidente da nação após a abertura, foi um de seus parceiros políticos.
Camaradas (1993) – William Waack (1952- ): já comentados em O Brasil nos Arquivos da KGB.
Trinta Anos Esta Noite (1994) – Paulo Francis (1930-1997): Jornalista, esquerdista em 1964, narra o que viu e viveu, apontando erros de lado a lado neste embate. Não comenta a divisão interna nas Forças Armadas e perde credibilidade ao dizer não acreditar haver esquerda no Brasil (em 1994), pois “esquerda real” seria apenas a social-democrata europeia. Acreditava que, sem o contragolpe, o país não teria sucumbido sob o comunismo, mas sim cairia nas garras do ‘socialismo marrom’ de Brizola – que depois iria destruir o Rio de Janeiro.
A Revolução Impossível (1994) – Luís Mir (1958- ): Pesquisador espanhol radicado no Brasil, esquerdista declarado, faz amplo levantamento do terrorismo comunista pós-1964 com enfoque nos grosseiros erros de avaliação e exacerbado ego dos revoltosos. Nem por isso deixa de tentar enaltecer os terroristas e vilipendiar os militares. Deixa transparecer uma mágoa com os revoltosos por terem fracassado.
Visões do Golpe (1994), Os Anos de Chumbo (1994), A Volta aos Quartéis (1996) e Ernesto Geisel (1997) – Equipe CPDOC da Fundação Getúlio Vargas: Seleção de depoimentos de militares sobre a articulação do contragolpe, os anos de maior agressividade dos terroristas (1967-74), e os anos da abertura (1974-85). Vários dos militares entrevistados acusam os organizadores de editar e alterar seus depoimentos. O destaque dado a Geisel também revela a desonesta intenção que permeia este trabalho – é possível perceber nas perguntas formuladas, ao longo de toda obra, a evidente parcialidade dos entrevistadores.
Médice (1995) – Roberto Nogueira Médice: Apesar de vago em vários pontos, este depoimento do filho do ex-presidente, trás informações sobre o grupo de Geisel e seus acólitos que sabotaram a revolução de 1964.
O Apoio de Cuba à Luta Armada no Brasil (2000) – Denise Rollemberg: Professora esquerdista da Universidade Federal Fluminense. Apesar de descrever os fatos que demonstram a direta participação de Cuba na organização de focos guerrilheiros desde 1961, a autora tem a desfaçatez de dizer que o terrorismo foi uma resposta ao Contragolpe de 1964 e não o inverso.
As Ilusões Armadas (2002 / 2 volumes), O Sacerdote e o Feiticeiro (2004 / 2 volumes) e A Ditadura Acabada (2016) – Elio Gaspari (1944- ): Obra repleta de falsificações, prática notória de Gaspari como jornalista (ver Notícias do Planalto de Mario Sergio Conti). Utilizou-se de documentos oficiais ilegalmente extraviados por Ernesto Geisel e Golbery do Couto e Silva (de quem era um leva-e-traz de informações, tendo sido por este salvo da deportação como estrangeiro indesejável) – daí não surpreender o tratamento dispensado pelo autor a estes dois traidores da revolução de 1964.
História Oral do Exército: 31 de março de 1964 (2003 – 15 volumes) – general Aricildes de Moraes Motta (coordenador): Entrevistas com 247 personalidades que testemunharam aqueles idos de março. Entre inúmeros destaques temos as entrevistas do general de divisão Octávio Pereira da Costa sobre a história do país, do coronel Lício Maciel sobre a Guerrilha do Araguaia, do general Danilo Venturini sobre o programa nuclear brasileiro no governo Geisel, do coronel Pasquali sobre o Projeto Rondon, do coronel Renato Brilhante Ustra sobre a ordem de Goulart e ministros para prender e matar Carlos Lacerda, do general de brigada Celso dos Santos Meyer sobre a estratégia comunista, do coronel Marnio José Signorelli Teixeira Pinto sobre a Revolta dos Sargentos em Brasília, e do general Negrão Torres sobre os livros panfletários de Elio Gaspari. Tem espaço até para Genuíno mentir sobre ter sido torturado com uma fala genérica e desprovida de dados.
O Fascínio dos Anos de Chumbo (2004) – Raymundo Negrão Torres (1925-2006): General da reserva fala sobre os anos após a revolução de 1964 e expõe inúmeras falsidades divulgadas na literatura panfletária esquerdista. Anteriormente havia publicado Nos Porões da Ditadura (1998).
A Verdade Sufocada (2006) – Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015): Ustra, heroico combatente do terrorismo, faz nesta obra uso de várias informações do Orvil, e esclarece sua atuação no DOI-CODI entre 1970 e 1974. Deixo aqui meu profundo respeito aos excelsos serviços prestados ao Brasil por este combatente com o qual tive a oportunidade de trocar uma breve correspondência no passado. Antes publicara Rompendo o Silêncio (1987). Ideais Traídos (2006) – Sylvio Frota (1910-1996): Já na reserva o general Frota escreve esta obra entre 1978-80, mas que somente seria publicada dez anos após sua morte. Fundamental documento sobre a tentativa, infelizmente fracassada, de salvar o país da perfídia de Geisel, Golbery e Figueiredo.
Médice: A Verdadeira História (2011) – Agnaldo Del Nero Augusto: General e historiador faz importante relato da gestão do presidente mais difamado da nossa história por ter derrotado o terrorismo e colhido os benefícios das medidas econômicas implementadas pós-1964 (período conhecido como ‘milagre brasileiro’). O sucesso econômico desestimulou os comunistas tanto quanto a derrota nas armas, diziam abertamente não haver “clima para revolução”, pois sabem que seu falso discurso tem mais chance de prosperar no caos.
1964: História do Regime Militar (2014) – Marcos Napolitano: O autor é militante da USP, e nos entrega quase que uma peça de ficção fazendo um apanhado da dolosa narrativa elaborada pelos vencidos ao longo dos anos, e desfiando todos os clichês ideológicos de esquerda.
Golpe de 1964: O que os livros de história não contaram (2016) – Itamar Flávio da Silveira: Professor da Universidade de Maringá rompe a barreira ideológica e descreve o desmonte da vida inteligente na acadêmia, e os eventos de 1964 e posteriores. A publicação do livro rendeu-lhe renhida perseguição na universidade, incluindo falsa acusação de assédio por parte de alunas militantes de esquerda.
1964: O Elo Perdido (2017) e A Traição Invisível (2022) – Mauro Kraenski e Vladmir Petrilák: já comentados em O Brasil nos Arquivos do StB e o Brasil nos Arquivos da KGB.
Borboletas e Lobisomens (2018) – Hugo Studart (1961- ): Tentativa fragmentada, falaciosa e mal escrita de elevar os terroristas do Araguaia a condição de românticos idealistas. Ao menos narra o fato dos velhos líderes do PCdoB terem ludibriado e abandonado à morte aquele bando de jovens arrogantes ególatras e ressentidos sociais. O problema é que enaltecendo aquele bando o autor está repetindo, com as novas gerações, o mesmo crime daqueles velhos do PCdoB.
Notas
A leniência das Forças Armadas com os inimigos do povo pode ser observada no caso do casal Jacques Breyton (1921-2005) e Nair Benedicto (1940- ). Breton era francês e rico. O casal, adepto a surubas infernais, adorava brincar de revolucionários e “adotaram” os jovens terroristas para satisfazer seus instintos animalescos. Financiaram e protegeram o facínora Carlos Marighella, mas Jacques ficou pouco tempo na prisão e Nair livre para saciar sua lascívia. Um deveria ter sido expulso do país e a outra apodrecido na prisão.
Editorias do Correio da Manhã assinados por Otto Maria Carpeaux (1900-1978), antagonista da solução militar, dão uma dimensão do estado de espírito da nação naqueles dias: Basta! (31/03/1964) e Fora! (01/04/1964)
Foto entre a Praça da República e a Praça Ramos em São Paulo na passeata de 19/03/1964 pedindo a deposição de Goulart – o caudal humano demorava duas horas para passar:
O povo celebrou a derrubada de Goulart. Fotos das celebrações pelo dia da vitória no Rio de Janeiro e capa de O Estado de São Paulo em 03/04/1964: