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“Caminante, no hay camino” de Antonio Machado


Caminante, son tus huellas

el camino y nada más;

Caminante, no hay camino,

se hace camino al andar.

Al andar se hace el camino,

y al volver la vista atrás

se ve la senda que nunca

se ha de volver a pisar.

Caminante no hay camino

sino estelas en la mar.



Poema dos mais conhecidos do espanhol Antonio Machado que insere o homem na dimensão histórica. Os caminhos não estão traçados – este é o significado do vagar no deserto após o êxodo do Egito – o determinismo histórico, seja o hegeliano, marxista ou comteano, é absurdo.


A vida é um caminho que não está marcado e, à medida que o percorremos, vamos marcando os passos e o destino que a nossa vida tomará – somos responsáveis por nossos atos, mas não pelo nosso destino.


A vida é efêmera, e o passado é um mestre para quem nele não busca refúgio ou encontra remorso.



 


Notas


  • Antonio Machado (1875-1939) nasceu em Sevilha, Espanha.

  • Machado doutorou-se em literatura em Madrid, frequentou a Sorbonne e tornou-se professor de francês no ensino secundário. Ele rejeitou o modernismo de seus contemporâneos e adotou o que chamou de “poesia eterna”, que era informada mais pela intuição do que pelo intelecto.

  • O poema Caminante, no hay camino foi publico na coleção Proverbios y Cantares em 1912.

  • O determinismo histórico permitiu a classe intelectual (bramânica) passar do mundo abstrato ao prático, dando vazão ao desejo de poder messiânico – criar o mundo ideal.

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