“A liberdade indócil é domada pela própria desgraça. Não há nada sob a vista do céu que não se mova num limite restrito, assim na terra como no ar e no mar.” – Luciana adverte sobre os perigos do excesso de liberdade (Ato II – Cena I)
Personagens Principais Egeu – mercador de Siracusa Adriana – esposa de Antífolo de Éfeso Antífolo de Éfeso e Siracusa – gêmeos filhos de Egeu e Emília Drômio de Éfeso e Siracusa – gêmeos, criados dos dois Antífolos
Personagens Secundárias
Luciana – irmã de Adriana
Solino – duque de Éfeso
Ângelo – ouvires
Emília – esposa de Egeu, abadessa de Éfeso
Interpretação A divertida peça não entrega uma moral clara, mas podemos dela deduzir que a Providência pode regular as mais complexas e desesperadas situações, transfazendo um temporário drama em um permanente bem – enaltecendo as qualidades da paciência e obediência.
Em tom de farsa vemos o papel que o homem encena na estrutura do universo. Lembrando-nos que somos criaturas finitas e dependentes, e que precisamos ser conscientes de nossa insuficiência, apenas andarilhos solitários buscando algo maior do que a nós mesmo e a este mundo.
Como recorrente nas comédias shakespearianas a peça termina na restauração do casamento, celebrando a solenidade do matrimônio e da família.
Notas
William Shakespeare (1564-1616) em Stratford-upon-Avon, Inglaterra. Era católico num mundo protestante.
Shakespeare escrevia, dirigia, produzia e atuava em suas peças. Deixou-nos a maior obra teatral do mundo moderno.
Apesar de serem denominadas como Tragédias, as peças de Shakespeare são Dramas. Pois o que caracteriza a tragédia é a inexistência da malícia humana.
Bons livros para entender Shakespeare: Sobre Shakespeare de Northrop Frye e A Arte Sagrada de Shakespeare de Martin Lings.
Apesar de publicada apenas no fólio de 1623, A Comédia dos Erros é uma das primeiras comédias de Shakespeare, atribuída a data de 1591.
Shakespeare inspirou-se na comédia Os Menecmos de Plauto (c. 254-184 a.C.).
A ação de passa em Éfeso (cidade iônica localizada na Ásia Menor).